ILUMINÂNCIA

Carl Sagan em seu livro "Mundo assombrado pelos demônios", relata algo que pode ser a explicação pelo non sense do eleitor brasileiro frente a corrupção: "Se somos enganados por tempo suficiente, tendemos a rejeitar qualquer evidência de nosso engano. Não temos mais interesse em descobrir a verdade. O engano nos dominou. É demasiado doloroso admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos capturados. Uma vez que você dá poder sobre você mesmo a um charlatão, é quase impossível recuperá-lo."

quinta-feira, novembro 29, 2007

Uma verdade inconveniente.
Do Folha online
29/11/2007
Nunca antes na história pagamos tanto imposto
Nunca antes na história desse país nós brasileiros pagamos tanto imposto. De cada R$ 100 que produzimos, R$ 35 ficam com o Estado. Posto de outra forma, toda segunda-feira e boa parte da terça você trabalha para o governo. E como a renda, a produção, os lucros, as vendas, o emprego, tudo está em alta, nunca antes na história do Brasil o governo teve tanto dinheiro em caixa.
O presidente Lula está eufórico. Animal político, deve olhar para as eleições do ano que vem e salivar. Já vem dizendo abertamente que em 2008 vai gastar ferozmente, usando justificativas injustificáveis: "Se se comparar o número de funcionários públicos com a população brasileira, percebe-se que o Brasil é um dos países que tem menos", disse ele ao "O Globo" em entrevista no domingo, ao ser questionado sobre o aumento do gasto público.
A lógica lulista está errada. A conta que importa, na comparação com outros países, é quanto o governo custa a seus cidadãos. E o Estado brasileiro, com sua carga tributária de 35% do PIB (era de 20% em 1988, e os tucanos são os maiores responsáveis pela disparada), nos custa mais que países de igual ou mesmo maior desenvolvimento, com Estados muito mais eficazes, como Canadá (33%) e Chile (19%).
É verdade, como apregoa Lula, que devemos investir em saneamento básico e aumentar os salários e o número de professores e médicos da rede pública(err... com médicos cubanos e venezuelanos?). Só que isso deve ser feito melhorando a gestão da montanha mágica de dinheiro que o governo toma dos cidadãos. Mas não é isso o que pensa o governo, em seu aparente mergulho nas profundezas do tal "social-desenvolvimentismo".
Lula foi muito bem até agora no que não fez. Não descumpriu contratos, não mudou o rumo da política econômica, não interferiu na política monetária do Banco Central, não desrespeitou as metas de controle de gastos. Agora, com o bolso cheio, parece um novo rico louco para gastar. E no governo todos parecem ter a mesma disposição, com a exceção do presidente do Banco Central, o isolado Henrique Meirelles. Como disse o novo "secretário-geral" do Ipea, Márcio Pochmann, "o Estado brasileiro é raquítico".
De novo, existem áreas onde uma injeção de gasto público será bem-vinda, como saneamento básico e infra-estrutura de transportes e energia. Mas assusta a sanha gastadora que começa a mostrar os dentes em hora bastante imprópria, quando o país cria bases para um crescimento mais sustentável.
O Brasil chegou tarde ao crescimento vigoroso que vive o mundo (e principalmente os países emergentes). Como ressaltou a revista "Economist" recentemente, nenhum dos 32 países emergentes que ela acompanha teve crescimento negativo nos últimos quatro anos, o que não acontecia desde os anos 1970.
Isso se deu com o salto de qualidade nesses países após reformas liberais feitas ao longo dos anos 1990 e 00. Mas com a crise financeira nos mercados ricos, que enxuga a disponibilidade de capitais circulando pelo mundo, já não será tão fácil crescer em 2008. Num ranking criado pela própria "Economist" para avaliar o grau de risco de economias emergentes, o Brasil ficou em 12º numa lista de 15, melhor apenas que Índia, Turquia e Hungria.
Para que nosso crescimento, tão incensado quanto incipiente, perdure, o Estado tem que gastar melhor, não mais. E pesar menos na atividade econômica para que as empresas gerem mais lucros e mais empregos. O melhor exemplo foi do próprio governo Lula, que ao reduzir a tributação sobre computadores impulsionou a explosão na venda das máquinas que por sua vez gerará uma explosão de produtividade e inserção social pelo país. O caminho é esse, a prova está aí.
E se não cortarmos impostos em épocas de vacas gordas, não cortaremos nunca. Nunca antes na história o momento foi mais oportuno.


Sérgio Malbergier é editor do caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo. Foi editor do caderno Mundo (2000-2004), correspondente em Londres (1994) e enviado especial a países como Iraque, Israel e Venezuela, entre outros. Dirigiu dois curta-metragens, "A Árvore" (1986) e "Carô no Inferno" (1987). Escreve para a Folha Online às quintas.E-mail: smalberg@uol.com.br

sexta-feira, novembro 23, 2007

Só a velhinha de Taubaté não sabia.
E depois reclama do rótulo de elite.
Agora, o que mais envergonha, não é a cultura limitada de uns, mas a traição da nação pelo fisiologismo.
"Faremos o possível e o impossível para que saibam falar bem a nossa língua. É por isso que em Minas Gerais o ensino passou para nove anos, e não quatro. Queremos brasileiros bem-educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria", disse FHC no encerramento do 3º congresso do PSDB, em Brasília.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Da série: quem está mentindo?
Este
Presidente Lula: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta segunda-feira (5) que o brasileiro não corre o risco de ficar sem gás para abastecer seu veículo
Ou
O ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner: disse nesta quarta-feira que não aconselha novas conversões de carros para o uso de GNV (Gás Natural Veicular). Hubner afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para que seja garantido o gás para quem já fez a adaptação, mas ressaltou que o governo estuda políticas para desestimular a expansão do uso de gás em veículos.
"O que não dá é para a gente abandonar estas pessoas que de boa fé fizeram todo este investimento, elas vão continuar tendo gás, até porque as distribuidoras têm um contrato com a Petrobras. As distribuidoras têm que compatibilizar o que está contratado com o que estão vendendo", afirmou.

terça-feira, novembro 13, 2007


Como ficará o novo Ford KA?.

Laranja ou verde?

segunda-feira, novembro 12, 2007

Muito bom na coluna do leitor da Folha de hoje:

Barril de petróleo: R$ 170
Camisa pólo vermelha: R$ 60
Boina: R$ 30
Ouvir o rei Juan Carlos mandar o coronel Hugo Chavéz calar a boca: não tem preço.
L. N. (São Paulo, SP)

sábado, novembro 03, 2007

Quem é o verdadeiro penta campeão brasileiro?
O São Paulo pelo simples fato de não haver um campeão em 1987 por doce do Flamengo.
A História do Campeonato Brasileiro
O Campeonato Brasileiro, conhecido nos seus primeiros anos como Campeonato Nacional, foi a sucessão natural do Torneio Roberto Gomes Pedrosa ou Taça de Prata, que por sua vez havia sido o resultado da expansão do Rio-São Paulo. O Campeonato Brasileiro foi disputado sobre as mais diversas formas, chegando a ter 96 participantes em 1979.
De 1971 a 1989, o campeão e o vice estavam classificados para a Copa Libertadores do ano seguinte.
ANO CAMPEÃO VICE
----- ------------- -------------
1971 Atlético-MG - São Paulo
1972 Palmeiras - Botafogo
1973 Palmeiras - São Paulo
1974 Vasco da Gama - Cruzeiro
1975 Internacional - Cruzeiro
1976 Internacional - Corinthians
1977 São Paulo - Atlético-MG
1978 Guarani - Palmeiras
1979 Internacional - Vasco da Gama
1980 Flamengo - Atlético-MG
1981 Grêmio - São Paulo
1982 Flamengo - Grêmio
1983 Flamengo - Santos
1984 Fluminense - Vasco da Gama
1985 Coritiba - Bangu
1986 São Paulo - Guarani
1987 Sport - Guarani (pela CBF - foram p/a Libertadores)
Flamengo - Internacional (pelo CND e clube dos 13)
1988 Bahia - Internacional
1989 Vasco da Gama - São Paulo
....... a partir de 1990, só o campeão vai para a Libertadores
1990 Corinthians - São Paulo
1991 São Paulo - Bragantino
1992 Flamengo - Botafogo
1993 Palmeiras - Vitória
1994 Palmeiras - Corinthians
1995 Botafogo - Santos
1996 Grêmio - Portuguesa
1997 Vasco da Gama - Palmeiras
1998 Corinthians - Cruzeiro
....... a partir de 99, vão para a Libertadores o campeão, o
vice e os melhores colocados de outras competições
1999 Corinthians - Atlético-MG
2000 Vasco da Gama - São Caetano
2001 Atlético-PR - São Caetano
2002 Santos - Corinthians
....... a partir de 2003, o campeonato passa a ser disputado por
pontos corridos; vão para a Libertadores os quatro primeiros
colocados além dos melhores colocados de outras competições
2003 Cruzeiro - Santos
2004 Santos - Atlético-PR
2005 Corinthians* - Internacional -* título sob suspeição devido ao escândalo do juiz e do Tinga
2006 São Paulo - Internacional
2007 São Paulo -

O causo completo.
Após 20 anos, Brasileirão de 1987 ainda gera confusãoJorge Corrêa, especial para a GE.Net
São Paulo (SP) - Quando todos achavam que um dos capítulos mais polêmicos do futebol brasileiro estava superado, ele reaparece 20 anos depois, mais quente do nunca. Após o São Paulo ter conquistado seu quinto título nacional, cobrou a “Taça das Bolinhas”, feita pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quando o a competição foi criada nos moldes atuais, em 1971. Segundo estabelecido na época, ela ficaria em definitivo com o time que fosse tricampeão de forma consecutiva ou vencesse o torneio cinco vezes de forma alternada.
Essa polêmica, no entanto, voltou às ruas e às salas de diretoria dos clubes, tanto tempo depois . A torcida do Flamengo estaria se organizando em um site de relacionamentos e em blogs de torcedores para promover uma passeata na cidade do Rio de Janeiro – que contaria com a presença de ex-jogadores e flamenguistas famosos – contra a CBF, exigindo que a entidade máxima do futebol brasileiro reconheça o titulo nacional do Flamengo.
Alheia a essa polêmica, a CBF já disse que o troféu vai para o São Paulo, apenas não tendo decidido oficialmente a data da entrega. Personagens importantes em 1987, voltaram a falar sobre o assunto. Atualmente no comando do Atlético-MG, Emerson Leão – que estreou como treinador exatamente no Sport naquele torneio – acha absurda a mobilização do Flamengo. “Essa situação toda é muito ridícula. O que aconteceu dentro de campo deve ser mantido. O que foi assinado tem que ser cumprido. É ridículo um time querer mudar um regulamento 20 anos depois”, disse o ex-goleiro à GE.Net.
Até mesmo Zico, treinador do Fenerbahce da Turquia e principal jogador do Flamengo na época, resolveu falar sobre o assunto. “Todos sabem que a CBF não reconhece o Flamengo em função de brigas políticas. Mas nós, jogadores, e não os dirigentes, ganhamos o titulo de 1987 dentro do campo, com suor, derrotando vários adversários e o Internacional, que foi um grande rival, na final e isso é o que importa”, disse o Galinho, em entrevista ao jornal O Dia.
Toda a confusão começa com o Campeonato Brasileiro de 1987, quando Sport e Flamengo ganharam, respectivamente, o Módulo Amarelo e o Módulo Verde daquele ano, mas a CBF acabou reconhecendo apenas a equipe pernambucana como vencedora porque os cariocas se recusaram a enfrentar os finalistas do outro módulo.“O São Paulo vai apenas seguir o regulamento de quando o Campeonato Brasileiro foi criado em 1971. Reconhecemos que a Copa União foi tão importante quanto o Campeonato Brasileiro, mas legalmente e em homenagem a nossa torcida, a taça é nossa e ela vai ficar no Morumbi, com muita alegria”, explica João Paulo de Jesus Lopes, assessor especial da presidência do time paulista.
Mas o Flamengo, baseado no que foi acordado na época da polêmica, pediu ao São Paulo, em uma carta oficial encaminhada ao presidente do clube, que o Tricolor paulista não aceite receber o troféu, e caso o faça, que encaminhe ele para a Gávea. Segundo o clube carioca, o Clube dos 13, que comandava a Copa União e era encabeçado pelo presidente do São Paulo na época, Carlos Miguel Aidar. A entidade reconheceu o Flamengo como único campeão brasileiro de 1987.
“Por esta razão, apesar de saber que o presente procedimento não seria necessário, tendo em vista que Vossa Excelência (presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio) é um homem honrado e autêntico cavalheiro, e diante do estreito relacionamento entre os clubes, o Flamengo vem notificar o São Paulo para que se abstenha de receber o troféu referente à conquista de cinco campeonatos brasileiros, ou, se o fizer, providencie a imediata entrega do referido troféu na Gávea, único local onde legitimamente poderá ser exibido”, diz a carta flamenguista.
Apesar de a CBF não confirmar, a “Taça das Bolinhas” deverá ser entregue ao São Paulo na cerimônia oficial de premiação, após partida contra o Grêmio, no dia 11 de novembro, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando time volta ao estádio do Morumbi pela primeira vez depois de ter conquistado o pentacampeonato nacional matematicamente. Nos bastidores, no entanto, a entidade teme a revolta de flamenguistas.
Entenda a história – Insatisfeitos com a CBF, os principais clubes do futebol brasileiro criaram o Clube dos 13, entidade que os representaria e comandaria um liga de futebol independente da entidade e que substituiria o Campeonato Brasileiro, a partir de 1987. Então foi criada a Copa União, com Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Coritiba, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, Santa Cruz, São Paulo e Vasco.
Paralelamente, a CBF também fez o seu Campeonato Brasileiro, o chamado Módulo Amarelo, que contou com Atlético-GO, Atlético-PR, Bangu, Criciúma, CSA-AL, Ceará, Guarani, Internacional-SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco-ES, Sport, Treze e Vitória. O América-RJ estava incluído, mas abandonou a competição, pois não concordou em estar no Módulo Amarelo. Tentando acabar com a dissidência, a CBF propôs que o campeão de cada um dos torneios se enfrentassem para definir quem seria o campeão brasileiro.
A confusão piorou quando Sport e Guarani disputavam a final do Módulo Amarelo e cada equipe venceu uma das partidas. Assim, a definição foi para a prorrogação, quando houve empate sem gols. Na disputa de pênaltis, os dois times decidiram interromper as cobranças alternadas quando estava empatado por 11 a 11. Então o Clube dos 13 desistiu da proposta de final com o vencedor do torneio da CBF e declarou o Flamengo campeão brasileiro, depois de vencer o Internacional na final da Copa União.
Ainda tentando evitar esse problema, a CBF criou um quadrangular que seria disputado em janeiro de 1988 entre os dois primeiros colocados dos dois torneios, o que não foi aceito por Flamengo e Internacional. Mesmo assim, a entidade manteve a disputa apenas com Guarani e Sport e os pernambucanos sagraram-se campeões brasileiros de 1987, pelo menos para a CBF, ao empatar o jogo de ida por 1 a 1, e vencer a partida decisiva por 1 a 0, com gol do zagueiro Marco Antônio.