ILUMINÂNCIA

Carl Sagan em seu livro "Mundo assombrado pelos demônios", relata algo que pode ser a explicação pelo non sense do eleitor brasileiro frente a corrupção: "Se somos enganados por tempo suficiente, tendemos a rejeitar qualquer evidência de nosso engano. Não temos mais interesse em descobrir a verdade. O engano nos dominou. É demasiado doloroso admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos capturados. Uma vez que você dá poder sobre você mesmo a um charlatão, é quase impossível recuperá-lo."

sexta-feira, março 02, 2007

Hora de mobilização contra a destruição do litoral norte paulista.
Quem frequenta o litoral sabe muito bem o problema crônico de falta de água e trânsito.
Um gestor público não pode propor tal projeto sem investir em coleta de esgoto, fornecimento de água e nova malha viária.
Carta publicada no folha on line:

Ocupação do litoral
"A Prefeitura de São Sebastião conseguiu derrubar a liminar judicial que impedia a votação, pela Câmara Municipal, de qualquer projeto que mude a legislação de uso e ocupação do solo na cidade. Por votação unânime, os vereadores aprovaram, no dia 22/2, trecho do Plano Diretor do município visando permitir a aprovação do projeto de lei que institui as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis).Para quem não sabe, o trecho sobre as Zeis do Plano Diretor do Município diz respeito à possibilidade de verticalização, com construção de prédios de apartamentos na orla marítima, prática sabidamente condenada e deletéria ao ambiente.Na época em que o trecho da Zeis fazia parte do novo Plano Diretor, Regina Helena Paiva Ramos, líder da Sociedade Amigos de Juquehy e secretária da Federação Pró-Costa Atlântica, dizia que, se for aprovado da maneira como apresentado pela prefeitura, os lotes serão reduzidos para 400 e 300 metros quadrados, com taxa de ocupação do solo de 50%. 'Em um terreno de 400 metros, será possível construir três prédios de cem metros quadrados, com três andares cada', explica. 'Seriam seis apartamentos em área de 400 metros, o que adensaria terrivelmente a região. Em vez de uma família de cinco pessoas, habitariam no mesmo espaço 30 pessoas. Não existe infra-estrutura planejada para essa explosão'. A lei atual prevê a construção de apenas uma casa por lote, e é pela sua manutenção que os descontentes com o novo plano lutam. Tudo indica que fortes interesses imobiliários exercem grande influência sobre as decisões da Câmara Municipal de São Sebastião. Sugiro que a Folha dê cobertura ao ocorrido e suas implicações e ouça as Sociedades Amigos do Bairros do Município de São Sebastião."
ANDRÉ PAULO TSCHIPTSCHIN, chefe do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)