Praias.

Este é um assunto perturbador.

A imagem acima é recente e mostra o descaso com as praias cariocas, cujos boletins de balneabilidade, sempre demonstram algo insólito para uma cidade que vive do turismo: poluição.

Desde os anos 70, sempre achei curioso o despejo de esgoto na areia em cada quarteirão, os adultos na época, pediam para ficar no meio, entre dois despejos. Qualquer criança imediamente ligava os fatos: usei o vaso sanitário e está saindo na praia, mas isto não faz mal a saúde?.

Sim e como.

Passados 37 anos, pouco mudou. Mas um movimento migratório aconteceu, da classe média AAA. Com esse quadro assustador de esgotos a céu aberto de Mongagua a Santos, muitos se refugiaram no Guarujá, onde o ritmo imobiliário foi espantoso. Mas a poluição chegou por lá também. Mas estes, vendo que a coisa degringolou, tomaram uma medida radical, fecharam o acesso as praias após Pernambuco.

Sintam o que ocorre no litoral paulista, mas é desconhecido da maior parte.

Peruibe-SP: a última praia limpa, agora apresenta poluição, é guarau, na entra da reserva da juréia. Todas as demais já viraram caso perdido.

Itanhaem-SP: todas poluidas, algumas com esgoto na areia.
Mongagua-SP: todas também constantemente poluidas, com um detalhe, as pessoas pescam no rio que desemboca no mar e que apresenta despejo de esgoto em natura cerca de 100 m antes.

Praia Grande-SP: idem Itanhaem. Certa virada de ano, relatou-se hordas de baratas boiando no mar.

Santos-SP: também poluida. Os canais que desaguam no mar, recebem esgoto em natura de comunidades carentes. A prefeitura finge que faz algo. A ponta da praia sofre com o esgoto da baia.

Guarujá-SP: cada praia um caso. Guaiuba parece estar resolvendo o problema da poluição proveniente do emissário de Santos. Tombo, uma das poucas limpas, mas com mar perigoso e de tombo. Pitangueiras, Asturias e Enseada com esgoto no canto da praia, proveniente da favelização acelerada dos morros ao fundo. Como rende voto, azar dos frequentadores. Sem falar no caso do emissário da Enseada, arrebentado em 3 pontos e nunca reparado. Pernambuco, mesmo com condominio e hotel de luxo, sofre com poluição ocasional. Perequê é caso perdido.

Agora quando nos dirigimos para Bertioga, encontramos praias como Iporanga, São Pedro e São Paulo e Tijucupaua, todas com acesso fechado por conta do condomínio que se apoderou do acesso. Pessoas ilustres e poderosas possuem casa cinematográfica no local, fruto da migração da Enseada e Pitangueiras. Alguns se refugiaram mais a frente na Riviera de São Lourenço.

Bertioga-SP: caso perdido na parte próxima ao forte até Boracéia. Esgotos clandestinos nos riachos e corregos e galerias pluviais. A Riviera apresenta um cuidado com despejos, tal qual Iporanga. Dai para o litoral norte, as condições melhoram, mais pela falta de urbanização na periferia e por um cuidado maior no esgoto doméstico.

Podemos observar que a falta de cuidade e pouco caso é grotesca. O veranista paga um IPTU duas vezes maior se comparado a capital e não é atendido no básico, limpeza e segurança.

A permissividade com a ocupação de morros e periferia, rende voto, mas degrada a fonte de renda local, ficando assim dificil entender o que politico local está fazendo. Casos de corrupção já tomaram as páginas policiais, bem como novas leis de ocupação para lá de suspeitas. A violência na orla da praia é assustadora. Turistas são executados por relógios ou câmeras digitais e estes meliantes fogem de bicicleta. Afinal, porque tantos gostam dessa situação?.

Existem praias, na quais o comércio local furta as bandeiras da cetesb.

Mais 10 anos e encontraremos praia limpa apenas na Riviera, cujos preços são exorbitantes.

É hora de adotarmos as praias e frear a indústria da favelaxvoto.